Sindsaúde tornou pública a denúncia durante a mobilização relativa à greve da categoria - FOTO: ALEX RÉGIS/ TRIBUNA DO NORTE |
Por redação Tribuna do Norte
O Hospital Walfredo Gurgel tem sofrido, nas últimas semanas, com forte desabastecimento, segundo denúncia do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Saúde do Rio Grande do Norte e do Sindicato dos Médicos do RN. Os sindicatos apontam que faltam insumos básicos, como sabão, luvas, gaze, e medicamentos, como dipirona e antibióticos. O desabastecimento tem sido comum na unidade, contudo, de acordo com as denúncias, vem se agravando nos últimos dias. Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Saúde informou que o hospital “mantém todas as condições de recebimento à população, realizando mais de 200 atendimentos diários apenas no pronto-socorro”.
O Sindsaúde tornou pública a denúncia durante a mobilização relativa à greve, iniciada no dia 03 de abril, em razão da falta de acordo com o governo na busca por melhores salários. Os servidores iniciaram um acampamento em frente à governadoria. Os servidores estaduais denunciaram, em cartazes afixados na fachada do Hospital Walfredo Gurgel, a falta de insumos médicos e higiênicos, listando entre eles sabão, luvas, gazes, álcool, papel toalha, suporte de soro, lenços, dipirona, aparadeira, antibióticos, ataduras, coletor de urina e luftal.
Além dos listados à porta da instituição, a coordenadora do Sindsaúde, Rosália Fernandes, denuncia a falta de antibióticos, antiinflamatórios e seringas, faltosos em todo o hospital, sendo eles oxacilina, teicoplanina, tigeciclina, vancomicina, e seringas de 5ml e 20ml. A sindicalista relata que há insumos que são contabilizados para o dia, sem haver garantia de ter o suficiente para o dia seguinte. “Há coisas que só tem para o consumo do dia, seringa de 10 ml, sonda, alguns coletores. Tudo é contado, a falta de material já está extrema ”, conta Rosália.
O Sindicato dos Médicos do RN confirmou a denúncia do Sindsaúde, através do seu presidente, Geraldo Ferreira. Ele destaca a gravidade da falta de insumos para o funcionamento do hospital. “A falta de insumos é uma situação gravíssima. Nós recebemos depoimentos de cirurgiões. Inclusive está se repetindo aquela situação de usar material inadequado. Nesses últimos 10 dias, muitas vezes, fios que estão em falta obrigam o cirurgião a operar com fios que não são os adequados, sem falar uma série de medicações que estão em falta”, fala o presidente do Sinmed.
Geraldo Ferreira aponta o atraso nos pagamentos dos fornecedores, por parte do governo, como principal motivo para a falta de insumos. Isso vem afetando não apenas a alimentação no hospital, como também o funcionamento e a execução das atividades médicas necessárias à saúde da população. “Nós temos pedido audiências sistemáticas à direção do hospital, temos feito sempre visitas. Uma boa parte das situações de falta, quando a gente encontra, aqui conversamos com a direção, já há um pedido de licitação em andamento, etc. Mas o que nós notamos é que, ultimamente, isso tem se agravado. O atraso com os fornecedores, com os terceirizados, põe em xeque o funcionamento do próprio hospital. É uma situação grave”, conta Geraldo.
Greve
Dentre as melhorias exigidas pelos servidores estaduais, além do devido abastecimento de insumos, estão a recomposição salarial de 26,52% para ativos e aposentados, ajustes para ser alcançado o piso salarial dos trabalhadores de enfermagem e técnicos de radiologia e a adequação dos adicionais de insalubridade. “A gente pede a convocação do cadastro de reserva do concurso, porque, só de contratos temporários, o governo tem cerca de 3 mil contratos temporários, e isso é um prejuízo, principalmente pela questão da previdência, porque essas são pessoas que não contribuem para a previdência pública”, conclui Rosália.
Em contrapartida às queixas dos servidores, a Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap), informa em nota que: “A Secretaria mantém um grupo de trabalho permanente para tratar do abastecimento de insumos em todas as mais de 20 unidades hospitalares da rede. O HMWG mantém todas as condições de recebimento à população, realizando mais de 200 atendimentos diários apenas no pronto-socorro”.
Fonte: Tribuna do Norte
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