Os dez vereadores de Caruaru presos na Operação Final podem pegar até 56 anos de reclusão, de acordo informações do delegado Erick Lessa, responsável pelo caso. Ele concluiu o inquérito e encaminhou a documentação para o Ministério Público de Pernambuco (MMPE), que poderá oferecer denúncia contra os legisladores à Justiça em até 15 dias. São mais de 500 páginas com detalhes do suposto esquema de corrupção que envolveu quase metade dos vereadores do município do Agreste do estado.
Segundo o delegado, os vereadores governistas e de oposição cobravam propina para a aprovação de projetos do Poder Executivo. As investigações começaram em junho e, além dos vereadores do município, o delegado ouviu cinco secretários e o prefeito José Queiroz (PDT). Um dos projetos que foi investigado foi o do empréstimo de R$ 250 milhões do BNDES para a instalação do BRT (Bus Rapid Transport) em Caruaru, um projeto do PAC Mobilidade. Erick Lessa, no entanto, não revelou nenhuma prova, porque as investigações correram em segredo de Justiça. Contou apenas que foram feitas escutas telefônicas e ambientais.
O esquema de corrupção seria comandado por dois vereadores de situação – Cecílio Pedro (PTB) e Sivaldo Oliveira (PP) – e por um de oposição – Joseval (DEM). Os dois primeiros, segundo o delegado, atuavam mais nos “bastidores” e só foram obtidas provas contra eles a partir do dia 5 de dezembro. Dessa forma, eles foram indicados uma vez por concussão, corrupção passiva e organização criminosa (esse crime tem uma tipologia diferente e tem pena mais rigorosa do que crime de formação de quadrilha). Já Joseval foi indiciado três vezes por concussão, duas vezes por corrupção passiva e uma vez por organização criminosa. Neste caso, a pena pode chegar a 56 anos de reclusão.
Fonte:Daltro Emerenciano
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