O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais enviará à Moçambique um grupo de 20 especialistas para atuar em operações de busca, salvamento e gestão do desastre na região afetada pelo ciclone Idai. O embarque está previsto para amanhã (28), em horário ainda indefinido.
Acionado pelo governo federal, através do Ministério das Relações Exteriores, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais vai participar de uma primeira etapa de assistência humanitária a Moçambique. No país africano, serão mobilizados conhecimentos adquiridos durante as buscas realizadas em Brumadinho (MG) após o rompimento da barragem da Vale na Mina do Feijão, em 25 de janeiro. Desde então, 216 pessoas já foram encontradas sem vida e outras 88 estão desaparecidas, segundo os dados mais recentes, divulgados ontem (27). As operações de busca ajudaram a localizar 395 pessoas.
De acordo com nota divulgada pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, a ida a Moçambique não impacta a atuação em Brumadinho. "O planejamento de rodízio das equipes já contemplava essa e outras possibilidades de apoio".
Os 20 bombeiros são especialistas em doutrinas de salvamento em soterramentos, de enchentes e inundações, de busca e resgate em estruturas colapsadas e de operações aéreas. Eles ficarão estabelecidos em Beira e Dondo, duas das cidades mais afetadas no desastre. A princípio, os trabalhos no país africano irão durar 15 dias.
"A tropa mineira é considerada referência mundial nesse tipo de atividade, com experiência nas reiteradas enchentes e inundações que já ocorreram nas Minas Gerais. Além disso, durante a operação em Brumadinho, mais uma vez a eficácia das técnicas e doutrinas aplicadas aqui foram exemplo para as demais equipes de busca e salvamento do mundo, servindo de aprendizado, inclusive, para a tropa de Israel", registra a nota.
O transporte até Moçambique será realizado por aeronave das Forças Armadas. Também serão levados dois botes, duas picapes, três drones com imageadores térmicos e ferramentas variadas. Dessa forma, os bombeiros poderão desempenhar suas atividades de maneira autônoma. Além das atividades busca e resgate, eles prestarão auxílio em questões ligadas ao planejamento e inteligência.
Estima-se que o ciclone Idai provocou mais de 750 mortes em Moçambique, Zimbabué e Malawi e afetou diretamente mais de 2,5 milhões de pessoas. Os impactos decorrentes das enchentes e inundações que se seguem ao fenômeno agravam a situação.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou uma campanha para receber doações financeiras alertando que mais de 600 mil crianças estão desabrigadas. Somente em Moçambique, as autoridades locais já contabilizaram mais de 400 mortes.
Danos do ciclone Idai são vistos em Beira, Moçambique - Arquivo - Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho via Reuters/Direitos reservados
Agência Brasil
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