O valor da prestação do financiamento da casa própria pela Caixa Econômica Federal pode cair até 35% com a nova modalidade de crédito imobiliário, corrigido pelo IPCA, índice oficial de inflação, a ser lançado na terça-feira da próxima semana. Segundo fontes do Palácio do Planalto, serão diferentes faixas de financiamento, que terão percentual de juros que irão variar de acordo com o valor do imóvel e o grau de relacionamento do cliente.
Se for correntista ou se receber salário na instituição, por exemplo, o custo será mais baixo. A taxa atual do financiamento habitacional na Caixa varia entre 8,75% e 9,75% (fora do programa Minha Casa Minha Vida). A meta da Caixa é atingir no primeiro momento 150 mil famílias.
Atualmente, os contratos imobiliários são corrigidos por uma taxa de juros, mais a Taxa Referencial (TR), que está zerada. O financiamento indexado à inflação é uma novidade no mercado brasileiro, foi aprovado nesta quarta-feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), mas divulgado apenas na noite da quinta-feira.
A principal novidade dessa decisão do CMN é que a Caixa e demais bancos poderão lançar a nova modalidade, com recursos da poupança – dentro do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Quem tem recursos no FGTS também poderá usar o dinheiro para dar como entrada na compra de imóvel de até R$ 1,5 milhão.
Os detalhes dos novos contratos ainda estão sendo guardados para o lançamento formal na próxima semana. Segundo técnicos a par das discussões, não haverá um mecanismo para amortecer o risco da variação inflacionária. Mas para aumentar a garantia das operações, o prazo do financiamento – que pode chegar a 35 anos – será mais curto.
O comprometimento de renda, ou seja, o valor da prestação, que pode atingir 30% do salário hoje, também será menor. Com isso, a quota do financiamento, que varia entre 80% e 90% do valor do imóvel, deverá ser reduzida, o que vai exigir uma entrada maior do tomador.
Essas condições serão exigidas nos financiamentos que adotam a tabela Price, em que o valor da prestação começa mais baixo no início do contrato e vai subindo ao longo do tempo. No Sistema de Amortização Constante (SAC), em que ocorre o inverso, não haverá mudanças.
O Globo
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