Em reunião virtual, nessa quarta-feira (28), com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, a governadora Fátima Bezerra, o vice-governador, Antenor Roberto, o secretário de Estado da Saúde, Cipriano Maia, e a equipe da Sesap fizeram um apelo para o envio imediato de anestésicos e bloqueadores neuromusculares, medicamentos que compõem o chamado “kit intubação”, necessários para os pacientes que precisam passar pelo procedimento. Além do pedido desses insumos, também foi solicitado o envio de equipamentos hospitalares, como monitores, ventiladores pulmonares e bombas de infusão. Junto aos medicamentos , esses equipamentos são fundamentais para concretizar o desbloqueio de leitos para pacientes com Covid-19.
No Rio Grande do Norte, o governo do estado optou por um modelo de expansão de leitos onde foi fortalecida a rede própria do SUS-RN. No portal Regula RN são 850 leitos para pacientes de Covid-19. Desses, mais de 400 são de UTI.
O estado do Rio Grande do Norte, até a noite dessa quarta-feira (28), registrava 27 leitos de UTI bloqueados em decorrência da falta dos medicamentos para o “kit intubação”. A escassez desses insumos e medicamentos para intubação ocorre em todo o país. A situação do estoque da Sesap para a rede estadual e o abastecimento dos 16 hospitais de sua gestão encontra-se no limite, de acordo com os gestores da Secretaria de Estado da Saúde.
“Cabe ressaltar o esforço. Temos compras em andamento, e empenho entregue a fornecedores, aguardando a entrega. Então, continuamos nos mobilizando para essa reposição de estoque. Mas, nossa necessidade é imediata para que esses leitos possam ser rapidamente desbloqueados”, afirmou a governadora ao secretário-executivo do Ministério da Saúde. “A situação é urgente”, completa.
Na ocasião, conforme levantamento realizado em conjunto pela Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN e pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RN (COSEMS-RN), foi enviado um ofício com uma lista da atual demanda de sedativos e bloqueadores neuromusculares, para o desbloqueio imediato dos leitos, bem como o apoio aos leitos com gestão municipal, ao Hospital Universitário Onofre Lopes, de gestão federal e a serviços filantrópicos.
Rodrigo Cruz se prontificou de entregar a demanda ao ministro da saúde, Marcelo Queiroga, imediatamente após a reunião.
A responsabilidade de abastecimento de insumos e medicação, em alguns casos, é do próprio hospital. É o caso do Hospital São Luiz, em Mossoró, que tem pactuação de funcionamento com o estado. Porém, a compra dos insumos é de responsabilidade do hospital. Ainda assim, a Sesap informa que, através da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), vem auxiliando hospital São Luiz com envio de anestésicos.
Além da falta de medicamentos para o “kit intubação”, outros fatores que dificultam o desbloqueio dos leitos é a falta de alguns equipamentos hospitalares, como monitores e ventiladores pulmonares, e a manutenção na rede de gás medicinal (oxigênio medicinal). Esse foi outro pleito levantado durante a reunião.
“O Governo do Estado, em 2020, tomou uma iniciativa muito acertada, fruto de uma visão de planejamento, que foi fazer o investimento na nossa rede de gases nos hospitais. No início deste ano, fizemos tratativas com a White Martins para ampliar o fornecimento do gás para a rede hospitalar e também para podermos dar suporte às prefeituras. E, através da justiça, que deu parecer favorável à nossa ação, a White Martins ampliou o fornecimento em 25%”, afirma a governadora.
À época, ainda em 2020, quando houve uma crise de falta de oxigênio em alguns municípios, foi solicitado 450 cilindros ao Ministério da Saúde, dos quais chegaram 160. “Desde então, venho fazendo um apelo para que o Ministério da Saúde envie o restante dos cilindros que solicitamos, bem como os concentradores de oxigênio”, completa Fátima Bezerra.
Sobre a falta de equipamentos nos leitos para Covid-19, a secretária-adjunta Sesap-RN, esclarece que foram solicitados, ainda este ano, 30 ventiladores convencionais e 30 monitores. “Temos também leitos bloqueados por falta de monitores que tiveram problemas, que não foram possíveis os reparos, e que se chegassem esse número, também ajudaria na ativação imediata desses leitos. Durante toda a pandemia, para esses mais de 400 leitos de UTI, recebemos 40 monitores do Ministério da Saúde. O ano passado não recebemos. Esses 40 monitores vieram este ano. Cabe ressaltar que este ano foram abertos mais de 190 leitos”, afirma Maura Sobreira.
Quanto aos ventiladores, a maior parte recebida são do tipo ventiladores de transporte, que estão alocados ou nos municípios, ou nas unidades de transporte como o SAMU, além de UPAS e hospitais de pequeno porte. “Por isso que reiteramos a necessidade de ventiladores convencionais, já que o número ainda não foi suficiente para essa demanda”, acrescenta a secretária-adjunta.
Todas as solicitações foram acolhidas pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, que se comprometeu a repassar as demandas ao ministro Marcelo Queiroga para a solução mais rápida possível dos bloqueios dos leitos.
VACINAS – SEGUNDA DOSE
Outro assunto tratado durante a reunião foi a aquisição de vacinas para completar o esquema vacinal das pessoas que tomaram a primeira dose da Coronavac e que se encontram na data limite para a aplicação da segunda dose.
“O pleito é a resposta ao ofício enviado solicitando vacinas para as mais de 56 mil doses que estão em atraso da segunda dose (D2) no Rio Grande do Norte”, disse Lyane Ramalho, subsecretária de Planejamento e Gestão da Sesap.
A Sesap orientou aos municípios a necessidade de resguardo da segunda dose para garantir o esquema vacinal completo. Porém, alguns municípios como Natal, Parnamirim e Mossoró ampliaram o público sem a estratégia de garantir a segunda dose da população.
A equipe da Sesap também reforçou com o secretário que as vacinas que estão previstas para chegar nesta quinta-feira (29), e que foram direcionadas para a primeira dose, possam ser utilizadas para a segunda dose (D2). Também sugeriram ao Ministério da Saúde que os estados nessa situação possam ser priorizados em relação à aplicação da segunda dose da Coronavac.
Fonte: ASSECOM/RN