São Paulo (AE) - A avaliação positiva do governo Dilma Rousseff entrou em seu terceiro mês de estagnação, segundo pesquisa do instituto MDA divulgada ontem. A petista, porém, lidera a corrida presidencial e, se a eleição fosse realizada hoje, venceria no primeiro turno seus adversários mais prováveis. O levantamento, encomendado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), mostra que 39% dos entrevistados consideram o governo ótimo ou bom, praticamente os mesmos índices detectados pelo MDA no início de setembro (38%) e pelo Ibope em agosto (38%). Antes da onda de protestos de rua ocorrida em outubro, a avaliação positiva era de 55%, de acordo com o Ibope.
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Dilma está em seu 35º mês de governo. Quando os ex-presidentes Fernando Henrique e Luiz Inácio Lula da Silva alcançaram essa etapa em suas gestões, as avaliações positivas era de 43% e 30%, respectivamente.
No front eleitoral, Dilma parece com 43,5% das preferências quando seus adversários são Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) - o cenário mais provável. Somados, os índices do ex-governador de Minas (19,3%) e do governador de Pernambuco (9,5%) chegam a 28,8% - ou seja, 14,7 pontos porcentuais a menos do que os de Dilma.
A presidente oscila para 40,6% quando Marina Silva (PSB) é apresentada no lugar de Campos. A soma de Marina (22,6%) e Aécio (16,5%) chega a 39,1% - ficando em situação de empate técnico com a petista. Nesse caso, portanto, não estaria afastada a possibilidade de um segundo turno.
Em uma eventual segunda rodada, Dilma venceria todos os adversários se a disputa fosse hoje. Contra Aécio, a vantagem da presidente aumentou em relação à pesquisa feita pelo MDA há dois meses: era de 40% a 26% e passou para 46,6% a 24,2%. Com Eduardo Campos como adversário, a vitória da petista seria de 49,2% a 17,5% (há dois meses, o resultado era 42% a 18%). Contra Marina, Dilma ganharia por 45,3% a 29,1% - há dois meses, a vantagem era de sete pontos porcentuais (38% a 31%).
O MDA - instituto sediado em Minas Gerais, criado por professores da Universidade Federal de Lavras - mediu também o potencial de voto dos candidatos, ao perguntar aos entrevistados se eles votariam “com certeza” ou “poderiam votar” em cada um dos nomes apresentados. Na soma dessas duas respostas, Dilma alcançou 59%, Aécio, 43%, e Campos, 29%. Os três aparecem com taxas de rejeição muito próximas: 37%, 39% e 37%, respectivamente.
Bom sinal
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ontem que a pesquisa dá “um sinal bom”. Mas Bernardo ressaltou que a disputa a governo é sempre “dura” e “difícil” e que não dá para descansar. “Campanha presidencial é sempre uma campanha muito dura, muito difícil. Veja que todas as campanhas foram muito acirradas. Acho que a pesquisa está apontando uma coisa que me parece lógica: ela é presidenta da República, vai concorrer à reeleição, está fazendo muita coisa. Mesma situação de um governador que concorre. Normalmente, vai ser favorito e estar na frente. Mas eleição é sempre dura”, disse Bernardo.
Perguntado se não seria melhor que Dilma enfrentasse nas urnas o presidente nacional do PSB, o ministro das Comunicações respondeu: “Eu acho que não podemos escolher adversário. De acordo com Bernardo, está claro que Campos será o candidato do PSB a presidente em 2014. “No momento em que a Marina entrou no PSB, que tem um candidato que é o Eduardo Campos, que comanda o partido, o candidato vai ser ele. Esqueça. Não tem esse negócio, ele não vai pro cavalheirismo falar assim: ‘A senhora pode passar aí na minha frente e ser a candidata’. Esqueça. Vai ser ele o candidato. É essa a realidade”, afirmou.
Campos
Depois de semanas em grande exposição na mídia, em que apareceu repetidas vezes ao lado da ex-senadora Marina Silva (PSB-AC), o governador Eduardo Campos não atingiu dois dígitos na pesquisa da CNT. O detalhe foi destacado pelo cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para ele, se Campos, caso não consiga subir nas próximas pesquisas, pode ver Marina passar rapidamente de aliada à principal sombra.
“Há uns meses, eu disse que o Campos tinha até dezembro para encostar no Aécio (Neves, presidente nacional do PSDB e senador de Minas Gerais) e até março ou abril para se colocar como alternativa forte para o segundo turno. Se estes cenários não vierem, e eles não estão vindo, a pressão por uma candidatura de Marina vai aumentar”, analisa.
Fonte: Tribuna do Norte
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