08 de Dezembro de 2013
Isaac Ribeiro - Repórter
À medida em que se aproximam as chamadas festas de final de ano — notadamente, Natal e Réveillon —, lojas, comércio de rua e shoppings centers vão ficando cada vez mais lotados, sem contar o trânsito caótico, a falta de estacionamento, as filas... Em nome da comodidade, ou seja lá qual for o argumento, muitas pessoas preferem realizar compras online, em sites especializados. Bem, e é justamente aí onde mora o perigo. Nesta época do ano, os golpes virtuais crescem consideravelmente na rede, aproveitando todo esse clima de consumismo, desinformação cibernética e amabilidade sazonal.
Apesar de todos os alertas e dicas, todos os anos o contingente de lesados parece aumentar. Mas a bandidagem internética é ágil e se renova a cada efeméride, conseguindo sempre novas vítimas, em todas as faixas etárias.
Então, muito cuidado antes de clicar no link daquele cartão de Natal fofo, enviado por alguém que você não lembra muito bem se um dia conheceu de verdade. Ele pode conter um vírus pronto para roubar suas informações pessoais, senhas, dados bancários. E aí, o Natal pode não ser muito bom.
O Procon recomenda ao consumidor se resguardar na hora da compra, salvando e imprimindo o quanto puder de informações sobre empresa ou site onde a compra foi efetuada. Afim de que, caso algo dê errado, tenha provas para entrar com uma ação contra malfeitor.
De acordo com o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), o segundo trimestre de 2012 teve um aumento de 89% nas notificações início daquele ano. E a curva é crescente.
Os incidentes reportados ao CERT.br (www.cert.br), de julho a setembro deste ano são: 46,23% de scan (varreduras para identificar potenciais alvos); 26,64% de fraudes propriamente ditas; 8,13% de worms (atividades maliciosas); 1,62% de invasões.
Para Rodrigo Jorge, especialista em segurança na internet, as pessoas realmente não estão preparadas para ataques. “É uma questão de educação digital. Elas foram educadas que a ameaça está no ladrão que vai encostar o revólver e tomar o carro dela; que ela vai sair do banco e vai ser roubada; que o chupa-cabras vai clonar o cartão dela na hora em que vai comprar em um estabelecimento. Mas não está acostumada que a internet vai trazer riscos.”
Desconfiar é a melhor prevenção
Desconfie de tudo! Essa é uma das formas mais seguras de não se tornar alvo fácil dos golpes cibernéticos, bastante comuns nesta época do ano, quando é grande o apelo para se presentar gente querida e aumenta a procura pelos sites de compras na internet. Informar-se sobre os truques mais usados pelos criminosos virtuais é uma boa maneira — entre tantas outras — de se proteger.
Além de estar sempre atento, é preciso também ter um antivírus original de fábrica e sempre atualizado. Não adianta utilizar versões piratas ou as “gratuitas para testar”, facilmente baixadas em certos sites. Esses softwares não livram a máquina da vulnerabilidade, abrindo o caminho para os hackers e golpistas em geral.
O especialista em segurança na internet, Rodrigo Jorge, da empresa Qualitek, recomenda usar todas as ferramentas de segurança possíveis e adotar certos procedimentos. Caso for usar cartão de crédito para compras online, o ideal é que tenha um com SMS, que envia mensagens para o celular do portador, a cada compra realizada, avisando sobre o valor debitado e a data do débito. “Se alguém clonar o seu cartão, no mesmo momento você está sabendo”, comenta Rodrigo.
Verificar a reputação do site onde pretende realizar a compra é outra medida sagaz. “E aí, existem vários sites especializados nisso. O Procon disponibiliza esse serviço em diversos estados. Existe também um site chamado Reclame Aqui, onde é comum você verificar a satisfação e os problemas dos usuários”, indica o consultor.
Golpes natalinos
Um computador em casa, conectado na web, é uma janela aberta para o mundo. Tudo de bom e de ruim pode entrar. Cabe a nós lançarmos nossos filtros. Desconfie sempre de mega-promoções cheias de facilidades, que entregam os produtos em casa em pouquíssimo tempo. Impressionado com tanta facilidade, o desavisado vai e passa seu cartão de crédito. Não sabe ele que pode estar tendo seus dados pessoais roubados, clonados, e usados, posteriormente em algum tipo de golpe.
Existem também os sites que enviam a mercadoria para a casa do cliente. “Só que às vezes ela é fruto de roubo, vem sem nota fiscal e depois o cliente não vai ter garantia. E ainda existem mercadorias falsificadas; você compra, ele te dá um site legalizado, aí, quando o produto chega é uma réplica do original. Isso tem acontecido bastante, geralmente nos sites menores”, diz Rodrigo Jorge.
Bem, até que estava escrito mesmo no site, só que em letras beeeem miudinhas. Você que não leu.
Bate-papo: Edson Borelli - especialista em Segurança da Informação, CEO da Blackdoor Security
A época de festas de final de ano é realmente propensa aos golpes virtuais? Acredita haver ainda muitas pessoas ingênuas?
Com o aumento das compras no final do ano, o número de usuários conectados à rede também aumenta, ou seja mais alvos.. Para pessoas mal intencionadas, quando dizemos “golpes virtuais”, focamos somente em perdas financeiras, e, na internet, um ataque virtual é bem mais que isso. Muitas vezes o usuário pode nem ser diretamente atacado, mas sim algum site em que foi feita uma compra. No caso de ataques direcionados a usuários (ofertas mirabolantes, descontos enormes, recadastramento de cartões e contas bancárias), o foco é somente pessoas completamente ingênuas ou sem instruções, pois a ferramenta é enviada aleatoriamente dentro de uma lista com milhões de emails (caso o ataque seja em forma de spam). E como diz aquele ditado popular “caiu na rede é peixe.
O que fazer para se proteger de golpistas virtuais? Onde denunciá-los?Infelizmente os usuários se preocupam somente em ir mexendo e fazendo, e jamais em aprender o que está fazendo. O maior segredo para todos esses problemas é o conhecimento. Quando você conhece o que está fazendo, não tem porque se preocupar, porque afinal você sabe diferenciar uma anomalia de algo real. Sempre verifique os links enviados via e-mail. Banco, por exemplo, nunca pede pra recadastrar senhas; operadoras de cartão de credito também não! Vivemos em um país onde os nosso sonhos de consumo são caríssimos. Então, qualquer oferta mirabolante é mentira! Em todos os estados a Policia Civil possui delegacias especializadas em crimes cibernéticos, e o mais aconselhado a fazer quando perceber é procurar a autoridade competente. Infelizmente, nossos profissionais de segurança de delegacias de crimes cibernético não estão preparados para a demanda e, em muitos casos, para entender o que aconteceu; e muito menos solucionar um problema desses. Nessa situação, aconselho procurar um profissional especializado para a obtenção de provas para um processo judicial.
Quem são os principais alvos dos golpistas? O que fazer para que as crianças não consigam acessar e efetuar compras na web?
Os atacantes não escolhem alvo com um perfil definido, e sim um grande volume de dados (emails, números de telefone) e enviam suas engenharias para todos. O usuário que clicar, ou fizer o procedimento indicado, será afetado. Com relação às crianças, o ideal é sempre controlar o que seu filho faz na web. Caso não confie, jamais deixar dados de cartões e banco com essas crianças. E quando perceber alguma compra indevida em seu cartão de crédito, ligar na mesma hora na operadora e cancelar a ação.
À medida em que se aproximam as chamadas festas de final de ano — notadamente, Natal e Réveillon —, lojas, comércio de rua e shoppings centers vão ficando cada vez mais lotados, sem contar o trânsito caótico, a falta de estacionamento, as filas... Em nome da comodidade, ou seja lá qual for o argumento, muitas pessoas preferem realizar compras online, em sites especializados. Bem, e é justamente aí onde mora o perigo. Nesta época do ano, os golpes virtuais crescem consideravelmente na rede, aproveitando todo esse clima de consumismo, desinformação cibernética e amabilidade sazonal.
Apesar de todos os alertas e dicas, todos os anos o contingente de lesados parece aumentar. Mas a bandidagem internética é ágil e se renova a cada efeméride, conseguindo sempre novas vítimas, em todas as faixas etárias.
Então, muito cuidado antes de clicar no link daquele cartão de Natal fofo, enviado por alguém que você não lembra muito bem se um dia conheceu de verdade. Ele pode conter um vírus pronto para roubar suas informações pessoais, senhas, dados bancários. E aí, o Natal pode não ser muito bom.
Alex RégisEmpresa estabelecida em Natal monitora invasões e ameaças em sites de empresas de várias cidades brasileiras, prevenindo e mapeando possíveis ataques
O Procon recomenda ao consumidor se resguardar na hora da compra, salvando e imprimindo o quanto puder de informações sobre empresa ou site onde a compra foi efetuada. Afim de que, caso algo dê errado, tenha provas para entrar com uma ação contra malfeitor.
De acordo com o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), o segundo trimestre de 2012 teve um aumento de 89% nas notificações início daquele ano. E a curva é crescente.
Os incidentes reportados ao CERT.br (www.cert.br), de julho a setembro deste ano são: 46,23% de scan (varreduras para identificar potenciais alvos); 26,64% de fraudes propriamente ditas; 8,13% de worms (atividades maliciosas); 1,62% de invasões.
Para Rodrigo Jorge, especialista em segurança na internet, as pessoas realmente não estão preparadas para ataques. “É uma questão de educação digital. Elas foram educadas que a ameaça está no ladrão que vai encostar o revólver e tomar o carro dela; que ela vai sair do banco e vai ser roubada; que o chupa-cabras vai clonar o cartão dela na hora em que vai comprar em um estabelecimento. Mas não está acostumada que a internet vai trazer riscos.”
Desconfiar é a melhor prevenção
Desconfie de tudo! Essa é uma das formas mais seguras de não se tornar alvo fácil dos golpes cibernéticos, bastante comuns nesta época do ano, quando é grande o apelo para se presentar gente querida e aumenta a procura pelos sites de compras na internet. Informar-se sobre os truques mais usados pelos criminosos virtuais é uma boa maneira — entre tantas outras — de se proteger.
Além de estar sempre atento, é preciso também ter um antivírus original de fábrica e sempre atualizado. Não adianta utilizar versões piratas ou as “gratuitas para testar”, facilmente baixadas em certos sites. Esses softwares não livram a máquina da vulnerabilidade, abrindo o caminho para os hackers e golpistas em geral.
O especialista em segurança na internet, Rodrigo Jorge, da empresa Qualitek, recomenda usar todas as ferramentas de segurança possíveis e adotar certos procedimentos. Caso for usar cartão de crédito para compras online, o ideal é que tenha um com SMS, que envia mensagens para o celular do portador, a cada compra realizada, avisando sobre o valor debitado e a data do débito. “Se alguém clonar o seu cartão, no mesmo momento você está sabendo”, comenta Rodrigo.
Verificar a reputação do site onde pretende realizar a compra é outra medida sagaz. “E aí, existem vários sites especializados nisso. O Procon disponibiliza esse serviço em diversos estados. Existe também um site chamado Reclame Aqui, onde é comum você verificar a satisfação e os problemas dos usuários”, indica o consultor.
Golpes natalinos
Um computador em casa, conectado na web, é uma janela aberta para o mundo. Tudo de bom e de ruim pode entrar. Cabe a nós lançarmos nossos filtros. Desconfie sempre de mega-promoções cheias de facilidades, que entregam os produtos em casa em pouquíssimo tempo. Impressionado com tanta facilidade, o desavisado vai e passa seu cartão de crédito. Não sabe ele que pode estar tendo seus dados pessoais roubados, clonados, e usados, posteriormente em algum tipo de golpe.
Existem também os sites que enviam a mercadoria para a casa do cliente. “Só que às vezes ela é fruto de roubo, vem sem nota fiscal e depois o cliente não vai ter garantia. E ainda existem mercadorias falsificadas; você compra, ele te dá um site legalizado, aí, quando o produto chega é uma réplica do original. Isso tem acontecido bastante, geralmente nos sites menores”, diz Rodrigo Jorge.
Bem, até que estava escrito mesmo no site, só que em letras beeeem miudinhas. Você que não leu.
Bate-papo: Edson Borelli - especialista em Segurança da Informação, CEO da Blackdoor Security
A época de festas de final de ano é realmente propensa aos golpes virtuais? Acredita haver ainda muitas pessoas ingênuas?
Com o aumento das compras no final do ano, o número de usuários conectados à rede também aumenta, ou seja mais alvos.. Para pessoas mal intencionadas, quando dizemos “golpes virtuais”, focamos somente em perdas financeiras, e, na internet, um ataque virtual é bem mais que isso. Muitas vezes o usuário pode nem ser diretamente atacado, mas sim algum site em que foi feita uma compra. No caso de ataques direcionados a usuários (ofertas mirabolantes, descontos enormes, recadastramento de cartões e contas bancárias), o foco é somente pessoas completamente ingênuas ou sem instruções, pois a ferramenta é enviada aleatoriamente dentro de uma lista com milhões de emails (caso o ataque seja em forma de spam). E como diz aquele ditado popular “caiu na rede é peixe.
O que fazer para se proteger de golpistas virtuais? Onde denunciá-los?Infelizmente os usuários se preocupam somente em ir mexendo e fazendo, e jamais em aprender o que está fazendo. O maior segredo para todos esses problemas é o conhecimento. Quando você conhece o que está fazendo, não tem porque se preocupar, porque afinal você sabe diferenciar uma anomalia de algo real. Sempre verifique os links enviados via e-mail. Banco, por exemplo, nunca pede pra recadastrar senhas; operadoras de cartão de credito também não! Vivemos em um país onde os nosso sonhos de consumo são caríssimos. Então, qualquer oferta mirabolante é mentira! Em todos os estados a Policia Civil possui delegacias especializadas em crimes cibernéticos, e o mais aconselhado a fazer quando perceber é procurar a autoridade competente. Infelizmente, nossos profissionais de segurança de delegacias de crimes cibernético não estão preparados para a demanda e, em muitos casos, para entender o que aconteceu; e muito menos solucionar um problema desses. Nessa situação, aconselho procurar um profissional especializado para a obtenção de provas para um processo judicial.
Quem são os principais alvos dos golpistas? O que fazer para que as crianças não consigam acessar e efetuar compras na web?
Os atacantes não escolhem alvo com um perfil definido, e sim um grande volume de dados (emails, números de telefone) e enviam suas engenharias para todos. O usuário que clicar, ou fizer o procedimento indicado, será afetado. Com relação às crianças, o ideal é sempre controlar o que seu filho faz na web. Caso não confie, jamais deixar dados de cartões e banco com essas crianças. E quando perceber alguma compra indevida em seu cartão de crédito, ligar na mesma hora na operadora e cancelar a ação.
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