Inquérito encaminhado ao Fórum do TJ-SP aponta que filho de casal de PMs foi o autor
O delegado Itagiba Vieira Franco, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), considera esclarecida a chacina da família Pesseghini, ocorrida no começo de agosto do ano passado na Vila Brasilândia, na zona norte de São Paulo. A declaração foi prestada ao R7 no mesmo dia em que o caso completa seis meses. O eventual arquivamento depende apenas do trâmite judicial.
Segundo o delegado, o inquérito policial foi concluído no fim do ano passado e acabou encaminhado ao Fórum Criminal do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). A conclusão policial segue a mesma linha adotada já no dia seguinte à chacina: que Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos, matou os pais - a cabo da Polícia Militar Andréia Bovo Pesseghini e o sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Luiz Marcelo Pesseghini -, a avó, Benedita Oliveira Bovo, e a tia-avó Bernardete Oliveira da Silva. Horas depois, o jovem se suicidou.
A investigação só não é dada como concluída em razão de dois pedidos de quebra de sigilos telefônicos ainda a serem cumpridos, das operadoras Tim e Vivo. Tais dados serão anexados ao inquérito, mas Franco não vê a possibilidade de que eles tragam alguma mudança substancial na linha de investigação adotada pela polícia.
— Realmente estava demorando (a quebra dos sigilos). Então estamos aguardando voltar (o inquérito) para ver se foi cumprida aquela providência e encerrar o caso.
O juiz Paulo de Abreu Lorenzino, da 2ª Vara do Júri de São Paulo, está de posse do inquérito e ainda não o despachou ao MP (Ministério Público), que fará a análise do trabalho policial antes de se pronunciar. A Promotoria pode solicitar informações adicionais e pedir mais diligências, o que o delegado Itagiba Franco disse que será cumprido, se solicitado. Como, com base nas investigações, o autor dos crimes tirou a própria vida, ninguém deve ser denunciado e o caso, consequentemente, será arquivado.
— Vamos analisar isso aí. Mas a linha (de investigação) continua a mesma. No nosso entender, não há mais nada a ser feito. O Ministério Público vai analisar se tem alguma diligência, alguma pessoa para ser ouvida. Aí o inquérito retorna, toma-se a devida providência e volta para eles.
Os laudos periciais e os quase 50 depoimentos levaram os investigadores do DHPP a não terem dúvidas quanto ao autor dos assassinatos. Além disso, um relatório psiquiátrico produzido pelo especialista forense Guido Palomba também apontou Marcelo Pesseghini como o autor. Segundo o documento do psiquiatra, o que fez o menino de 13 anos matar a família toda e se suicidar é conhecido na medicina psiquiátrica como encefalopatia encapsulada ou sistematizada, doença causada por falta de oxigenação do cérebro.
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