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terça-feira, 22 de julho de 2014

RN soma mais de 1 mil homicídios em 2014; pardos e negros são maioria

Levantamento é do Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania.

Números são referentes a 1º de janeiro até a manhã desta terça-feira (22).

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Crime aconteceu no Centro de Macaíba no início da tarde desta quarta (Foto: Kléber Teixeira/Inter TV Cabugi)Número de homicídios aumentou 40% em um ano,
segundo dados do Conselho Estadual de 
Direitos Humanos e Cidadania (Cedhuci)
(Foto: Kléber Teixeira/Inter TV Cabugi)
O Rio Grande do Norte já registrou 1.020 crimes de homicídio este ano. O número é a soma dos crimes ocorridos de 1º de janeiro até a manhã desta terça-feira (22), segundo levantamento elaborado pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania (Cedhuci) - que acompanha diariamente os índices de violência em todos os 167 municípios potiguares. Em comparação ao mesmo período do ano passado, houve 102 assassinatos a mais.


Ainda de acordo com o levantamento, a maioria das vítimas é do sexo masculino (93%), é solteira (66,5%), tem cor parda ou negra (que juntas somam 73,5%), mais de 21 anos de idade (67%) e foi alvo de disparos de arma de fogo (85%).

Os dados do Cedhuci também apontam que Natal é o município potiguar com a maior incidência de casos homicídios, com 342 vítimas – o que representa 33,5% do total de pessoas assassinadas em todo o estado este ano. Depois vem Mossoró, na região Oeste, com 99 mortes. Em seguida aparecem as cidades de Parnamirim, com 85 pessoas assassinadas, São Gonçalo do Amarante, com 46 mortos, Macaíba e São José de Mipibu, cada uma com 35 homicídios, e Ceará-Mirim, com 33 pessoas mortas, todos municípios da região Metropolitana da capital.

'Estado vulnerável'
O presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania (Cedhuci), Marcos Dionísio, atribuiu o aumento do número de casos de homicídio à falta de políticas públicas em todas as áreas. “Infelizmente, o Rio Grande do Norte vem tendo uma falência múltipla de todas as políticas no campo da educação, saúde, esporte, social e, claro, na área da segurança pública. Tudo isso cria condições para o crescimento da violência”, analisa.

Marcos Dionísio cita ainda o sucateamento das polícias como incentivador do aumento da violência. “O Rio Grande do Norte teve um sucateamento dos órgãos de repressão da violência. As investigações não andam, não há viaturas, a falta de condições desestimula os policiais. Com certeza tudo isso deixa o nosso estado mais vulnerável”.

O G1 tentou contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), mas as ligações não foram atendidas.

Bairros mais violentos
Das quatro regiões administrativas de Natal, a Zona Norte é a mais violenta. Dos 341 homicídios que aconteceram na capital, 131 foram registrados na região, que tem como bairro mais violento Nossa Senhora da Apresentação, onde ocorreram 36 mortes violentas. A lista dos bairros mais violentos da Zona Norte continua com Lagoa Azul (27), Potengi (24) e Pajuçara (24). A Zona Norte é a região mais populosa de Natal com 313.167 habitantes.

A segunda região em que mais aconteceram homicídios foi a Zona Leste, com 116 mortes violentas. É lá que está também o segundo bairro mais violento da cidade. Em Felipe Camarão foram registrados 34 homicídios, número que só não é maior do que o do bairro de Nossa Senhora da Apresentação, na Zona Norte.

Enquanto isso, as zonas Leste e Sul foram palcos de 46 e 43 homicídios, respectivamente. Somadas, as duas regiões registraram 89 mortes violentas, número menor do que os das zonas Norte (131) e Oeste (116) sozinhas.
G1 RN

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