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domingo, 23 de novembro de 2014

Estudantes de Minas Gerais vencem prêmio de 100 mil euros em concurso na França

Os estudantes brasileiros Alexandre Bemquerer e Ana Carla Campos, da equipe Sadec, receberam 100 mil euros em prêmio de inovação na França (Foto: Divulgação/Grupo Valeo)
FOTO: divulgação Valeo
Alexandre Marques e Ana Carla de Sá, estudantes de Minas Gerais, foram os vencedores do prêmio principal de um concurso de inovação na indústria automobilística na França em outubro. Eles superaram 960 equipes e receberam um prêmio de 100 mil euros na primeira edição do Desafio de Inovação da Valeo (VIC, na sigla em inglês), promovido pela fornecedora de peças de automóveis francesa.

Os candidatos teriam que criar protótipos “que fizessem os veículos ficar mais inteligentes e intuitivos até 2030″. O projeto da dupla brasileira focou na melhoria do que Alexandre classificou como “o coração” do carro: a caixa de marchas e o motor. “É um modelo de câmbio automático para carros, baseado em um novo modelo transmissão continuamente variavel [CVT, na sigla em inglês], que proporciona uma melhora significativa na performance do veículo, além de otimizar o consumo de combustivel e reduzir as emissões de CO²”, explicou.

Estudante de graduação em engenharia mecânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Alexandre havia tido a ideia de criar um projeto relacionado ao câmbio CVT (que, em comparação com outros tipos de câmbio, pode ser mais econômico e eficiente, e já é bastante difundido em scooters).
Ele diz que descobriu o concurso em outubro de 2013, quando desenvolvia o projeto, enquanto buscava ajuda para conseguir tirar a patente de sua ideia. “Fazer uma patente, como pessoa física, é muito complicado, e no concurso tinha essa oportunidade de ajudar no processo da patente”, lembrou.

Foi assim que ele decidiu montar a equipe com Ana Carla, que é formada em gestão de processos e atualmente faz pós-graduação em perícia, auditoria e análise ambiental pelo Centro Universitário UNA. “Eu fiquei mais na parte administrativa e burocrática, a parte técnica toda foi ele que desenvolveu”, contou a jovem.

969 concorrentes
Os dois batizaram o time de “Sadec” e, em fevereiro, quando se encerrou o período de inscrições do VIC, descobriram que estavam entre as 969 equipes concorrentes. Além da dupla mineira, apenas um segundo time brasileiro participou da competição, segundo a assessoria de imprensa da Valeo no Brasil.

Sete times chegaram à semi-final, que foi disputada em outubro, em Paris (França). Até então, os mineiros ainda competiam com estudantes do Canadá, Estados Unidos, Austrália, Alemanha e Índia. Entre as sete equipes finalistas, só havia uma outra estudante mulher, além de Ana Carla. Na fase, os grupos tiveram que apresentar seu projeto para o júri e diretores da Valeo. Apenas três passaram para a final: a equipe brasileira e duas equipes canadenses, que acabaram empatadas em segundo lugar e receberam um prêmio de 10 mil euros.

‘Contra o senso comum’
Em comunicado divulgado pela Valeo, Guillaume Devauchelle, vice-presidente do Grupo de Inovação e Desenvolvimento Científico da montadora, afirma que a dupla de estudantes de Minas teve “coragem” e apresentou uma tecnologia convincente. “O que mais admiramos nessa ideia é o fato de ser tão inovadora, que força ‘experts’ a reconsiderar o que eles sabem. Apreciamos a coragem do time de ir contra o senso comum e questionar nossas suposições básicas e nos desafiar a pensar se devemos mudá-las”, afirmou Devauchelle.

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