reportagem do portalnoar.com percorreu lojas, conversou com comerciantes e consumidores e constatou um cenário nada otimista
Lojas estão fechando (Foto: Wellington Rocha/PortalNoar)
Lojas fechadas, baixos índices de vendas e muita insatisfação. Essa tem sido a realidade do maior centro de comércio de Natal, o bairro do Alecrim. A reportagem do portalnoar.com percorreu lojas, conversou com comerciantes e consumidores e constatou um cenário nada otimista.
Para o presidente da Associação das Empresas do Bairro do Alecrim (AEBA), Francisco Denerval, a crise está apenas no início e que a tendência é de que a queda nas vendas do comércio continue no segundo semestre. Segundo ele ainda não é possível dimensionar com precisão o impacto da crise, mas que em média o número de vendas caiu de 10% a 15% no geral.
Para muitos lojistas da área, a tão falada crise econômica pela qual passa o país é a principal causadora da retração vivenciada em diversos segmentos. Gerente de uma loja de móveis, localizada na Rua Amaro Barreto, José Gonzaga considera esta a maior crise que o comércio já enfrentou desde quando começou a trabalhar no ramo. “Sou funcionário desta loja há 18 anos e não me lembro de ter vivido período tão difícil como este”, observou.
O gerente do estabelecimento destaca as políticas adotadas pelo atual governo como as maiores causadoras do afastamento dos consumidores. Ainda segundo ele, o valor abusivo dos alugueis cobrados na área tem afastado também os lojistas.
Presidente da Associação das Empresas do Bairro do Alecrim, Francisco Denerval, a crise está apenas no início (Foto: Wellington Rocha/PortalNoar)
Por causa da onda de recessão e da falta de condições de manter os estabelecimentos funcionando, seu José conta, que já viu muitos de seus colegas fecharem as portas. Fato este, constatado pela reportagem. Nos primeiros 200 metros que percorreu, contou-se sete pontos fechados, com placas para aluguel.
Assim como no ramo de móveis, o segmento de eletrodomésticos e eletrônicos também vem amargando queda no número de vendas. Vendedor de uma loja que comercializa esse tipo de produto, Claudeir Roberto diz que viu o movimento cair 40% nos últimos meses. “Somos seis vendedores, mas este mês apenas um bateu a meta”, lamentou.
Caso semelhante é de José Feliciano, gerente de uma rede de lojas que comercializa produtos variados há 33 anos. Ele conta que viu as vendas caírem 35% e o seu quadro de funcionários diminuir de 200 para 160 trabalhadores.
Comerciantes reclamam do baixo movimento (Foto: Wellington Rocha/PortalNoar)
Mesmo assim, Feliciano chama atenção para a busca de alternativas e estratégias que façam o comerciante não sucumbir à crise. Para ele, o segredo é apostar em três requisitos básicos como a qualidade, o preço e a variedade. “Isso faz toda a diferença quando se está vivendo um período de recessão. Hoje a concorrência é muito grande, então o comerciante precisa ser dinâmico, ter um diferencial”, aconselhou.
Entre os consumidores a palavra de ordem economizar. É o que tem feito a microempresária Kaliane Barbosa. Ela conta que viu suas vendas caírem mais de 40%, consequentemente, o seu volume de compras também teve que diminuir. “Antes fazia compra com carrinho grande, hoje não dá nem para encher um pequeno”, disse.
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