Fotos: Antonio Cruz/ Agência Brasil
Tragédia
O rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, na tarde desta quinta-feira (5).
O prefeito de Mariana, Duarte Junior (PPS), afirmou na tarde deste sábado, em entrevista coletiva, que a administração municipal busca por 25 desaparecidos: 13 funcionários da empresa Samarco e 12 moradores de Bento Rodrigues, local mais atingido pelo rompimento de duas barragens da mineradora Semarco na quinta-feira(05). O número anterior, divulgado durante a manhã, era de 19 desaparecidos. Essa informação, no entanto, ainda pode mudar: “Esse número de 12 moradores pode diminuir ou aumentar ainda”, disse o prefeito.
Duarte Junior ainda afirmou que está sendo feita segurança 24 horas no distrito de Paracatu, onde, em partes mais altas, é possível chegar de carro.
O prefeito ainda cobrou dos governos estadual e federal ajuda para recuperação do município. “Sem deixar de cobrar as responsabilidades da empresa”, disse.

O prefeito Duarte Júnior disse ser difícil reconstruir o vilarejo. “É um patrimônio, havia muita história ali. Mas acho difícil que um dia se recupere aquela região”, afirmou. “Vamos cobrar a empresa para fazer tudo para devolver a vida àquelas pessoas.”
Ontem de manhã, uma equipe avançada de resgate do Corpo de Bombeiros percorria a pé o que sobrou do centro de Bento Rodrigues. Com a lama na altura da cintura, o trabalho de um dos agentes era entrar nos locais onde havia casas, agora cobertos por lama, enquanto os outros dois integrantes do grupo faziam suporte para evitar que o colega ficasse preso no lamaçal.
As áreas atingidas estão isoladas pela polícia e o acesso de moradores é proibido. Mas muitas pessoas que vivem em Bento Rodrigues tentavam, na manhã de ontem, voltar ao vilarejo. Há casas na localidade que foram preservadas, mas que, sem água nem energia, também estão desocupadas.
“Muita gente tem a mão leve. Por isso, preciso voltar”, disse o vigilante Edson Adriano Borges, de 28 anos, um dos que organizavam o retorno. “Eu consegui pegar tudo da minha filha. Tudo: berço, roupas, fraldas. Mas saí só com a roupa do corpo”, declarou. “Sou casado novo. Todos os móveis são novos, eletrodomésticos. Comprei um ar-condicionado e ainda vou pagar a primeira prestação. Minha moto está lá. Eu preciso voltar.”
No msn/Do estadão/Blog de Daltro Emerenciano

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