O número de casos suspeitos de microcefalia cresceu 13,23% no Rio Grande do Norte, entre os dias 12 e 19 deste mês. Em números, o total passou de 136 para 154 notificações em análise, além de outras 10 possíveis mortes pela doença – o Estado lidera este ranking junto com a Bahia. E, o crescimento potiguar reflete nos números nacionais. De acordo com o Ministério da Saúde, no mesmo período, o total de casos observados subiu para 2.782 – 28% maior que os 2.165 do último levantamento – com 40 óbitos suspeitos. Os dados sobre confirmações e descartes não foram divulgados.
Magnus Nascimento
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Na semana passada, no dia 15 de dezembro, o Ministério da Saúde, em coletiva de imprensa, informou que, além dos 2.165 casos suspeitos, haviam 134 já confirmados e 102 descartados da malformação. Na ocasião, com 35 dos reconhecidos, o RN era o segundo Estado do país com o maior registro de microcefalia causada pelo Zika Vírus, atrás apenas do Sergipe, então com 51 atestados. Segundo o MS, porém, tal publicação gerou divergências com os Governos Estaduais, que passaram a questionar os critérios de enquadramento e classificações da doença. Por isto, o anúncio desta informação não ocorreu.
“De lá para cá [do dia 12 ao 19], nós recebemos muitos comunicados dos Estados de que os profissionais tiveram muitas dúvidas no enquadramento dos casos. Há uma dificuldade na classificação e no enquadramento confiável, como os casos confirmados e descartados”, disse o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do MS, Caio Maierovitch.
Em virtude da polêmica, o Ministério declarou à reportagem da TN que, nas próximas três semanas, haverá reuniões com os Governos Estaduais para melhorar as orientações sobre os protocolos. A partir disto, então, os dados passarão novamente a ser divulgados. A TN procurou ainda a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), para questionar os números atualizados da doença no RN, mas, o órgão declarou que só divulgaria os dados detalhados hoje (23), em coletiva de imprensa.
Em relação ao protocolo de atendimento que vem sendo seguido, para possíveis infecções pelo Zika Vírus, o MS orientou prioridade às mulheres em idade fértil, gestantes e puérperas, bem como aos recém-nascidos com microcefalia – malformação no perímetro cefálico. O teste para detecção da Zyka deve ser feito por uma amostra de sangue, cordão umbilical ou líquor do bebê. Já as suspeitas da doença são baseadas na medida das dimensões da cabeça e uma série de avaliações acerca das capacidades individuais do bebê.
Para ampliar o serviços de análise e estudo da microcefalia e a influência do Aedes Aegypti, o Ministério capacitou 11 laboratórios públicos e cinco unidades referência no Brasil para estes tipos de exames. “Não há dúvida que a maioria esmagadora dos casos de microcefalia esteja relacionado ao vírus zika”, frisou Maierovitch.
Preocupação
Com a chegada das festas de fim de ano e das férias, o Ministério da Saúde demonstrou preocupação com a maior circulação de pessoas nas ruas eu período de chuvas em muitos Estados. Para evitar possíveis focos do Aedes Aegypti, o MS reforçou a recomendação de que os viajantes, antes de saírem de suas casas, “façam uma vistoria para eliminar recipientes que possam acumular água parada”.
“Se hoje não temos uma vacina para o Zika, chikungunya ou dengue, ou alguma tecnologia inovadora pronta para ser utilizada imediatamente, a ação mais efetiva é eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti. Dessa maneira, com a ajuda de governos federal, municipal e toda a população, vamos fazer uma grande mobilização nacional para combater o mosquito”, pontuou o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi.
Casos de microcefalia
Total de registros até 19/dez
Brasil
2.782 casos suspeitos
40 óbitos suspeitos
618 municípios com suspeitas
2014: 147 casos notificados
2013: 167 casos notificados
2012: 175 casos notificados
2011: 139 casos notificados
2010: 153 casos notificados
Fonte: Tribuna do Norte
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