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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O fim do câncer em apenas um minuto?

Uma nova pesquisa abre a possibilidade de máquinas moleculares feitas em laboratório eliminarem tumores
James Tour: “As nanomáquinas vão custar menos do que os remédios atuais” (James Tour/Divulgação)

O químico americano James Tour é professor na Universidade Rice, nos Estados Unidos, e umas das maiores autoridades mundiais em nanotecnologia. Com sua equipe, ele demonstrou em estudos recentemente que máquinas moleculares poderão ser úteis no combate ao câncer.

O que é exatamente uma nanomáquina?

São máquinas moleculares com um nanômetro de diâmetro. Caberiam 50 000 delas na espessura de um fio de cabelo. Elas são absorvidas pela superfície celular e ativadas por meio de ondas eletromagnéticas. É possível usar uma luz invisível, os raios UV, para isso. Ao ser ligadas, elas começam a perfurar a célula.

Como a nanomáquina pode ser usada na luta contra o câncer?

Pode ser usada para o câncer de pele, por exemplo. Coloca-se uma solução dessa molécula na pele e, ao acender uma luz invisível, ela começará a perfurar o melanoma e a destruí-lo. Para cânceres dentro do corpo, podemos usar raios X na ativação. Podemos mirar células específicas utilizando pequenas proteínas que reconhecem diferentes tipos de tumor. Ao reconhecer a célula, a nanomáquina fica grudada nela. Acendemos a luz e ela começa a rodar. São 3 milhões de giros por segundo. A célula nunca resiste a isso. É uma ação mecânica. Não é um remédio.

Para fazer efeito seriam necessárias diversas nanomáquinas ao mesmo tempo?

Sim. Poderíamos injetar isso no sangue e as nanomáquinas encontrariam o tumor utilizando as proteínas de que falei. Uma biópsia informaria o tipo de proteína necessária para reconhecer o tumor. Então, 30 minutos depois dessa injeção, poderíamos ligar os raios X. Em 1 minuto, todas as células estariam mortas.

Quanto isso custará?

As nanomáquinas que estamos usando são, de muitas maneiras, bem mais simples do que os remédios típicos para o câncer. Minha aposta é que elas custarão menos do que usar um medicamento comum nos dias atuais.
Fonte: Exame

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