Suspeitos roubaram pessoas nas ruas e em paradas de ônibus em São Gonçalo do Amarante e Parnamirim.
Na foto aparecem dois dos três suspeitos de assaltos a pedestres em São Gonçalo do Amarante e Parnamirim, na Grande Natal (Foto: PRF/Divulgação)
Três homens foram presos neste sábado (23) depois fazerem arrastões em pontos de ônibus e assaltos nas ruas das cidades de São Gonçalo do Amarante e Parnamirim, ambas na Região Metropolitana de Natal. De acordo com a Polícia Civil, depois da prisão sete pessoas já reconheceram o grupo e foram buscar seus pertences na Delegacia de Plantão da Zona Norte.
Os suspeitos foram detidos pela Polícia Rodoviária Federal. Segundo a assessoria de comunicação da PRF, a equipe fazia ronda pela BR-406, na tarde do sábado (23), em São Gonçalo do Amarante, quando foi abordada por pedestres. Eles informavam que haviam sido assaltados por bandidos que estavam em um Fox.
Foi o primeiro carro de polícia que encontraram após terem os pertences tomados pelos assaltantes. A Polícia Militar segue sem realizar patrulhamentos no Rio Grande do Norte, em um protesto que teve início na terça (19) contra os atrasos salariais. A Polícia Rodoviária Federal do RN só tem atuação nas rodovias federais que passam pelo estado potiguar.
Ao iniciarem a busca aos suspeitos, os PRFs visualizaram o veículo denunciado entrando na rodovia. Ainda segundo a assessoria, foi dada ordem de parada, porém os ocupantes ignoraram e, em ato contínuo, começaram a atirar contra a viatura.
Houve troca de tiros e os policiais conseguiram abordar e prender os assaltantes. Um deles ainda desceu do carro e tentou fugir por uma região de mata, mas foi detido logo em seguida. Com os três foram encontrados três revólveres calibre 38 municiados, uma faca, além de celulares.
Após a abordagem e prisão, os suspeitos foram encaminhados à Delegacia de Plantão da Zona Norte de Natal, para os procedimentos legais.
RN sem PM
O RN vem sofrendo com a falta de policiamento militar nas ruas desde a terça (19). Além de exigir o pagamento em dia dos salários, os PMs também dizem que só deixam os batalhões com viaturas, materiais de proteção e armas em condições adequadas de uso. Por isso, alegam que não estão em greve, mas realizando uma operação chamada 'Segurança com Segurança'.
Agentes, escrivães e delegados da Polícia Civil se uniram ao protesto e estão trabalhando em escala de plantão. Isso significa que desde o início do movimento apenas as delegacias de plantão e as regionais estão funcionando.
Os dados, enviados neste sábado (23) ao G1 pela Secretaria de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), também revelam que, apesar de a capital ter recebido um reforço de 70 agentes da Força Nacional na manhã da sexta (22), o registro de crimes contra pessoas e o patrimônio não vêm diminuindo.
Insegurança
Em Taipu, cidade distante 60 quilômetros de Natal, o desembargador aposentado Osvaldo Soares da Cruz, ex-presidente do Tribunal de Justiça do estado, foi vítima de um assalto seguido de sequestro relâmpagona madrugada deste sábado (23).
Já em Mossoró, segunda maior cidade do estado, quatro pessoas foram assassinadas e uma criança de 1 ano e 11 meses baleada e socorrida ao hospital. Os crimes aconteceram entre a noite da sexta (22) e madrugada deste sábado (23). Na cidade, apenas 30% do efetivo está nas ruas.
Desde o início da paralisação, o comércio de rua na capital vem registrando vários casos de arrastões, arrombamentos e saques. Além disso, houve um pico de roubos de veículos entre quarta-feira e quinta-feira: 36 casos foram registrados, contra uma média de 20.
Neste ano, o estado registrou mais de 2,4 mil homicídios – o maior número da história.
Paralisação contestada
O governo do estado tentou, na Justiça, obrigar os policiais a voltarem ao trabalho nas ruas, alegando que a paralisação é uma greve disfarçada. Mas, até o momento, não teve sucesso. Na quinta (21), o desembargador Dilermano Motta, do TJ, negou pedido feito pela Procuradoria-Geral do Estado para suspender a paralisação feita pelas polícias Civil e Militar. Nesta sexta (22), o governo fez um novo pedido para que o TJ considerasse ilegal a paralisação dos policias, fato que foi novamente negado.
Ajuda financeira
Para pôr em folha em dia, o governo estadual tenta uma ajuda financeira de R$ 600 milhões junto ao governo federal. O Ministério Público de Contas da União, no entanto, recomenda que o dinheiro não seja liberado, pois este tipo de socorro seria inconstitucional.
Salários e 13º
Na quinta (21), o governo pagou os salários de novembro dos servidores que ganham até R$ 2 mil, e na sexta (22) depositou o dinheiro de quem recebe até R$ 3 mil. Já quem ganha acima disso, deve receber somente na próxima semana, dia 29 de dezembro, que é quando o governo promete concluir a folha de novembro.
O 13º salário, ainda de acordo com o governador Robinson Faria, só deve ser pago no dia 10 de janeiro. Já a folha de dezembro, só deve ser concluída no dia 30 de janeiro de 2018.
Fonte: G1 RN
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