Jornalista deu voz a texto que fala sobre a dor provocada pelos incidentes com barragens de mineração em Minas Gerais.
Voz marcante do jornalismo brasileiro, Cid Moreira, de 91 anos, emocionou os internautas nesta semana ao declamar um poema sobre o rompimento das barragens em Brumadinho, na última sexta-feira (25), e em Mariana, em 2015.
“A sanfoneira de BH Tereza Cristina acabou de me enviar essa poesia. É de autor desconhecido, de Sete Lagoas. Não poderia ser mais comovente”, disse Moreia, na legenda do vídeo. o poema exprime profunda dor em relação aos efeitos da lama para as famílias, fauna, flora e rios afetados pelos dois incidentes no Estado.
Acompanhe o poema declamado pelo jornalista:
"A Lama Levou"
- Minas não tem mar,
- Mas fizeram dois mares de lama nas minas.
- Cadê minha casa que estava aqui?
- Cadê meu boi, meu cavalo?
- Cadê meu cachorro?
- Cadê meu pé de mamão?
- Meu carrinho de mão?
- Cadê meu pé de limão?
- Cadê meus livros?
- Cadê meu arroz, feijão?
- Cadê meu colchão?
- Cadê meu pai, minha mãe, meus irmãos?
- A lama levou....
- A lama levou minha vida
- Meus sonhos,
- Meu porto seguro,
- Meu chão.
- Não foi a lama não,
- Foi o homem que fez a lama, que jogou Mariana e Brumadinho no chão.
- Tingiu de marrom as águas do meu Rio Doce,
- Coloriu de terra meu Paraopeba,
- Vai tingir meu Velho Chico.
- Vai calar a voz dos passarinhos,
- Matar os peixes,
- Que será de mim?
- Quem devolverá tudo que levaram de mim?"
(Autor Desconhecido)
Fonte: O Tempo
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