Maria Clara e Maria Eduarda, de Apodi, passaram em 1º e 2º lugar nas vagas para estudantes da rede pública. Elas contam que abdicaram de curtir com amigos e contaram com ajuda da família.
Maria Clara e Maria Eduarda foram aprovadas juntas para o curso de medicina na UFRN — Foto: Arquivo pessoal |
Por Leonardo Erys, g1 RN
Duas irmãs da cidade de Apodi, no Oeste do Rio Grande do Norte, foram aprovadas juntas para o curso de medicina na Universidade Federal do RN (UFRN). O resultado foi divulgado nesta terça-feira (22) no site do Sistema de Seleção Unificado (Sisu).
Maria Clara de Oliveira Belarmino, de 17 anos, e Maria Eduarda, de 18, passaram em 1º e 2º lugar nas vagas destinadas a alunos oriundos da rede pública.
E a diferença foi mínima de uma para a outra: 54 décimos - enquanto Clara teve pontuação de 795.92, Eduarda fez 795.38.
Com a aprovação das duas e nas duas posições mais altas possíveis, a família teve um dia de comemoração e muita emoção.
"É uma alegria imensa, uma felicidade. A gente não sabe nem dimensionar. É alegria, é vontade de chorar, é tudo. É uma mistura de sentimentos. E gratidão", comemorou o pai, Girleno Belarmino Moreira.
Rede de apoio
A aprovação só foi possível graças a união das irmãs. Elas contam que estudaram juntas para o curso e entenderam que dessa forma conseguiriam aprender mais e ter mais chances de aprovação.
"Como a gente queria a mesma coisa, tínhamos o mesmo objetivo, a gente se ajudou muito nessa reta final. Fazíamos revisão juntas, assistíamos aulas juntas, corrigíamos erros uma da outra", explicou Maria Eduarda.
"Nós não víamos como competição, mas uma oportunidade de passarmos juntas e na caminhada pro futuro semear um resultado dentro de medicina, também juntas".
Irmãs tiveram notas muito próximas e ficaram em 1º e 2º lugar em estudantes de ensino público — Foto: Divulgação |
Diante do cenário da pandemia da Covid, a preparação foi completamente on-line nos últimos dois anos. Assim, uma das formas de melhorar o aprendizado era pedir ajuda uma para a outra em áreas e disciplinas que tinham mais dificuldade.
"Minha irmã é melhor na área de linguagens e eu na de exatas. Então, às vezes acabava uma tirando a dúvida da outra nessas áreas", explicou Maria Clara.
Outro que fez parte do ciclo de ensino delas foi o pai Girleno Belarmino, que é professor de português. Na área de linguagem, as duas acertaram 43 questões das 45. As duas revisavam questões juntas e também contavam com a ajuda do pai.
'Abdicar de algumas coisas'
Além de estudar, as irmãs contam que também foi preciso abdicar de momentos com amigos e de outras coisas que gostam para se dedicarem ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
"Infelizmente temos que ter noção de que precisamos que abdicar de algumas coisas num ano de aprovação. Abdicar de alguns momentos para no futuro poder viver o melhor junto daquelas pessoas que te apoiaram no caminho", falou Maria Eduarda.
"Acredito que a gente não precisa abdicar de tudo. Óbvio que eu aproveitei alguns momentos com meus amigos, mas muito menos do que eu aproveitaria, porque eu sabia o que eu queria. E, para o que eu queria, eu precisava abdicar de algumas coisas", reforçou.
Pais incentivaram e deram suporte para filhas estudarem — Foto: Cedida |
Apoio da família:
As irmãs, que estudavam no IFRN, contam que, diante da pandemia, o processo de ensino on-line apresentou percalços para o aprendizado. Por outro lado, isso possibilitou elas se dedicarem a cursinhos virtuais e estudarem mais em casa.
"A questão dos professores, do ensino, tudo que eles forneciam era muito melhor no presencial. Mas como se adaptou pro on-line, isso me ajudou até mesmo na ideia do cursinho on-line em casa, porque a carga horária diminuiu e eu conseguia administrar melhor meu tempo de estudo", explicou Maria Eduarda.
Maria Clara cita também que o apoio da família foi importante para as duas conseguirem se dedicar aos estudos.
"Desde cedo, sempre tivemos muito apoio da nossa família, do nosso pai, que desde que éramos crianças, sempre nos apoiou. A gente estudava e ele estudava com a gente na revisão. Isso nos ajudou muito a termos essa vontade e darmos orgulho para ele e para nossa família".
Ela reforça ainda que foi fundamental ter a tranquilidade em casa e não sentir a pressão por uma possível aprovação.
"Se eu não passasse esse ano, eu poderia ter outras oportunidades, então eu nunca tive essa pressão familiar. Eu me sentia muito tranquila".
Fonte: G1 RN
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